Gojo Satoru e Geto Suguru, de Jujutsu Kaisen, compartilham uma relação repleta de complicações e tragédias inevitáveis. Ambos são feiticeiros excepcionalmente talentosos, considerados "os mais fortes" de Jujutsu High, e a partir dessa posição, desenvolveram uma rivalidade saudável e uma amizade próxima durante as missões que cumpriram juntos.
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Apesar desse forte vínculo, desde o início, havia diferenças ideológicas entre Gojo e Geto em relação à forma como enxergavam o mundo. Gojo acreditava que os fortes não precisavam se desculpar por sua força, enquanto Geto defendia que os fracos deveriam ser protegidos pelos fortes. Com o passar do tempo, eventos além de seu controle, na época em que eram feiticeiros jovens e imaturos, levaram suas crenças a extremos opostos, levando-os a caminhos muito distintos. Gojo seguiu promovendo a próxima geração de feiticeiros, utilizando sua força, enquanto Geto se tornou "o pior de todos os usuários de maldição", como Gojo o descreve.
Os dois feiticeiros eram amigos de longa data. Quando estudantes na Jujutsu High, eram considerados os mais poderosos, impulsionando um ao outro para crescer em uma competição amigável. Apesar da natureza reservada de Geto, a extroversão natural de Gojo o tirava de sua concha. Ao lado de Shoto Ieiri, eles formavam um trio semelhante ao grupo atual de Yuji, Megumi e Nobara.
Contudo, após o encontro fatídico de Gojo com a morte pelas mãos de Toji Fushiguro, ele foi forçado a superar seus limites e alcançar um poder ainda maior. Como resultado, Geto precisou aceitar que Gojo se tornara inegavelmente o mais forte, deixando-o para trás. Com a descoberta de sua nova força, Gojo passou a ser enviado em missões solo com maior frequência, o que fez Geto se sentir alienado e inseguro de si mesmo. Gojo costumava ser o que fazia Geto sair de sua concha, mas sem ele por perto, Geto se retraiu ainda mais em seus pensamentos. A amizade permaneceu, mas o tempo de Gojo para dedicar a Geto diminuiu, levando Geto a um estado psicológico cada vez mais instável.
Geto começou a questionar a premissa de proteger a humanidade após a perda de Riko, a The Star Plasma Vessel, para Toji Fushigoro e o culto Star Religious Group. A insensibilidade do culto ao aplaudir a morte de Riko levou Gojo a sugerir que ambos os feiticeiros deveriam simplesmente eliminá-los. Porém, Geto discordou, afirmando que um feiticeiro só deve matar com boas razões. Esse evento deixou marcas significativas em Geto, e à medida que Gojo se tornava mais poderoso e independente no ano seguinte, Geto se sentia cada vez mais isolado e deprimido.
Em uma conversa com Yuki Tsukumo, Geto compartilhou suas dúvidas sobre a validade de defender a humanidade das maldições. Sua crença no valor dos não-feiticeiros começou a vacilar, e ele até começou a desprezá-los pelo fardo que impunham aos feiticeiros, que precisavam protegê-los. Yuki apresentou seu plano para evitar o nascimento de novas maldições, ensinando os humanos a controlar sua energia amaldiçoada. Segundo Yuki, como as maldições são criadas por medos humanos, ensinar o controle dessa energia poderia erradicar o problema. Essa ideia plantou uma semente na mente de Geto, que floresceria mais tarde em uma filosofia de morte e destruição.
Embora essa mudança pareça uma reviravolta completa de suas crenças anteriores, na verdade, fazia sentido. Geto inicialmente acreditava que os feiticeiros tinham o dever de proteger os não-feiticeiros por serem mais fracos, o que implicava que ele já considerava os usuários de maldição superiores. Não foi um grande salto para ele passar a acreditar que os seres superiores deveriam impor suas vontades aos inferiores pela força. Essa visão contrastava fortemente com a de Gojo, que acreditava ingenuamente que a força não precisava se justificar, com base em uma perspectiva que colocava todas as pessoas em pé de igualdade, mesmo que ele soubesse que era o mais forte.
As opiniões de Geto claramente começaram a mudar, mas só se materializaram quando ele fez uma missão solo em uma pequena vila. Lá, Geto testemunhou como os aldeões prenderam e maltrataram duas meninas por serem capazes de usar energia amaldiçoada. Embora Geto soubesse a verdadeira causa das maldições que atormentavam os aldeões, eles continuaram a culpar as crianças devido à ignorância. Ao ver essas duas crianças amedrontadas, Geto foi levado ao limite, e sua raiva o levou a matar todos os 112 membros da vila usando sua Manipulação de Maldição.
Quando a notícia chegou até Gojo, ele não conseguiu acreditar que seu amigo fosse capaz de tal ato. Geto não só desapareceu completamente, mas presumivelmente matou até mesmo seus próprios pais, que não eram feiticeiros. Após ser alertado por Shoko, que Geto estava em Shinjuku, Gojo o procurou para confrontá-lo pessoalmente e descobrir a verdade.
Infelizmente, ele percebeu que seu velho amigo já tinha ido longe demais e não havia espaço para argumentos morais que o fizessem mudar de ideia. Gojo lembrou Geto de suas próprias palavras, que um feiticeiro nunca deveria matar sem uma razão válida. No entanto, Geto afirmou que "havia uma razão", e que ele tinha um propósito significativo. Era claro que Geto já havia tomado sua decisão, e não havia como voltar ao que eram antes.
No final, Gojo e Geto não conseguiram superar suas diferenças. Geto foi longe demais para encontrar a redenção, e Gojo não pôde ser influenciado por argumentos morais para mudar sua visão. Geto até sugeriu que Gojo o matasse em Shinjuku, porque "haveria uma razão para isso", mas Gojo decidiu não fazê-lo. No fundo, Gojo ainda se importava profundamente com seu amigo, e matá-lo apenas provaria o ponto de vista de Geto de que matar é justificado em certas situações. O conflito interno de Gojo permaneceu até o fim.
Geto, posteriormente, assumiu o controle do Star Religious Group à força, usando suas conexões para colocar seus planos de erradicar os não-feiticeiros em ação. Isso culminou no "Night Parade of a Hundred Demons" e em um confronto épico entre o grupo de Geto e a Jujutsu High. Depois de um embate com Yuta, Geto foi derrotado e gravemente ferido, e Gojo o encontrou em um beco. Em vez de entregá-lo às autoridades ou destruí-lo completamente, Gojo decidiu tirar a vida de seu antigo amigo, sentindo, aparentemente, que finalmente havia lhe dado um motivo justo para isso.
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